Celia Meira, Directora de Marketing e Comunicação da Ombria Algarve e membro do CSO Circle do BCSD Portugal, partilhou a sua visão sobre o papel emergente do Chief Sustainability Officer (CSO) num artigo publicado na Forbes Portugal.
Intitulado “CSO to Be: As 5 competências para uma nova geração de liderança colaborativa”, o artigo destaca a crescente relevância da sustentabilidade como eixo estratégico das empresas não como um pilar isolado ou um mero “acessório”, mas como um princípio estruturante de longo-prazo.
Numa conjuntura marcada pelas alterações climáticas, escassez de recursos, desigualdades sociais e regulamentação em constante evolução, Celia defende que as empresas não podem apenas adaptar-se, mas liderar com visão, responsabilidade e intenção. É neste contexto que o papel do CSO se revela fundamental: uma função que exige pensamento estratégico, sensibilidade global e capacidade de liderar de forma transformadora.
Embora mais de metade das maiores empresas mundiais já tenha um responsável dedicado à sustentabilidade, Celia salienta a necessidade urgente de clarificar o que faz, de facto, um CSO, e quais as competências que realmente fazem a diferença. Para além do conhecimento técnico, um CSO eficaz deve funcionar como um maestro, capaz de ligar equipas, alinhar culturas e integrar propósito em toda a organização.
No artigo, Celia identifica cinco competências essenciais para os líderes de sustentabilidade do futuro:
1. Pensamento Sistémico e Visão Estratégica
O CSO deve actuar de forma transversal, compreendendo as interdependências entre departamentos, cadeia de valor e contexto externo. Este pensamento sistémico permite quebrar silos e unir áreas tradicionalmente desconectadas como operações, RH, finanças e marketing. Celia destaca o caso do Ombria Algarve, onde a construção regenerativa, o envolvimento comunitário e a conservação da natureza foram considerados desde o primeiro esboço. Para o Ombria, a sustentabilidade é uma pedra basilar e reflexo de uma visão holística que está no cerne do papel do CSO.
2. Literacia ESG e Aprendizagem Contínua
Com quadros regulatórios em constante evolução (da CSRD da UE às recomendações da TCFD) os líderes de sustentabilidade precisam de estar permanentemente actualizados. Para além do conhecimento técnico, Celia sublinha a importância de transformar complexidade regulatória em estratégias concretas que gerem impacto mensurável e vantagem competitiva.
3. Comunicação Multidimensional e Influência
A liderança eficaz exige uma comunicação estratégica e adaptável. O CSO deve saber influenciar desde a administração até às comunidades locais, moldando a sua mensagem consoante o interlocutor: com rigor técnico para investidores, com empatia para equipas, com autenticidade para consumidores. Acima de tudo, a comunicação em sustentabilidade deve ser transparente, livre de greenwashing e orientada para a construção de confiança e valor de marca duradouro.
4. Inovação e Colaboração
Segundo Celia, a inovação vai muito além da tecnologia: ela nasce da coragem de fazer questões e de criar novas soluções em conjunto. O CSO deve fomentar uma cultura de experimentação, abertura e colaboração entre múltiplas partes interessadas. Novamente, aponta o Ombria Algarve como exemplo: um projecto que combina sistemas geotérmicos, reutilização de águas pluviais, mobilidade eléctrica e protecção da biodiversidade. Um modelo onde a tecnologia está ao serviço da natureza e onde a colaboração gera impacto regenerativo.
5. Equilíbrio entre Propósito e Performance
Sustentabilidade não implica abdicar da performance financeira; pelo contrário, é uma alavanca estratégica. Uma empresa que não assegura solidez financeira não é sustentável; e aquela que privilegia o lucro à custa das pessoas e do planeta compromete o seu futuro. Os líderes mais eficazes são os que conseguem alinhar propósito com performance, criando valor para accionistas, colaboradores, ecossistemas e gerações futuras. Como refere Celia, a sustentabilidade não é uma tendência, mas sim o catalisador de resultados mais consistentes, resilientes e duradouros.
O Momento de Liderar é Agora
Os CSOs têm hoje o poder e a responsabilidade de moldar um tecido empresarial mais resiliente, inclusivo e orientado para o futuro, capaz de gerar valor agregado para as pessoas, para o planeta e uma maior prosperidade colectiva.
Celia encerra o artigo com um apelo claro: os CSOs de hoje devem transformar a complexidade em clareza e a ambição em impacto, sempre guiados pela responsabilidade, pensamento sistémico, colaboração e aprendizagem contínua.
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Forbes Portugal
Julho 2025